EntreLivros - EntreClássicos Ed. nº 07 |
Caro visitante,
Deixo essa revista como sugestão de leitura para uma visão panorâmica da vida e obra de Fiódor Dostoiévski.
Desejo a todos uma boa caminhada!
Fiódor Mikhailovich Dostoiévski
(1821 - 1881)
O filósofo russo Mikhail Bakhtin, falecido em 1975, considera Dostoiévski como o criador do "romance polifônico". Em seu livro, "Problemas da Poética de Dostoiévski", explica que sua obra inaugurou um gênero romanesco essencialmente novo, marcado por uma multiplicidade de vozes no diálogo interior do protagonista. Um multivocalismo onde o ser humano é absolutamente polifônico, contraditório e controverso.
Luiz Felipe Pondé, em seu livro "Crítica e Profecia: a filosofia da religião em Dostoiévski", também comenta que se um personagem de Dostoiévski se olhasse no espelho, ele não veria uma imagem refletida, mas sim uma polifonia despedaçada. Na polifonia, não há síntese nem critério de verdade. A sensação é que a unidade não existe.
Aurora Bernardini, coloca a exacerbação como um traço fundamental de Dostoiévski. "Quase toda a sua narrativa é exacerbada, ao contrário de Tchékhov, que começa e termina em pianíssimo”.
Acho que todos concordariam que seus romances abrem nossa sensibilidade para um turbilhão de imagens e emoções e nos fazem sentir como mais uma das vozes de seus romances. É impossível ficar indiferente a esse gênio, que tão bem falou da alma humana e até com um ar visionário, para onde caminhava a humanidade.
SUMÁRIO
VIDA E OBRA
Sofrer para escrever
Dramas pessoais, familiares e financeiros deram à literatura russa o maior especialista da alma humana
Por Rodrigo Lacerda
GRANDES ROMANCES
Acima da humanidade, abaixo dos homens
Crime e castigo é ao mesmo tempo narrativa policial, fina análise psicológica e interrogação filosófica e existencial.
Por Carlos Eduardo Ortolán Miranda
O misterioso príncipe Míchkin
Um nobre volta à Rússia, após anos no exterior. Em O idiota, as paixões e polêmicas em que o protagonista se envolve refletem a sociedade a sua volta
Por Ricardo Lísias
Fantasmas reais de um hipocondríaco
Em o eterno marido Dostoiévski demostra pleno domínio do suspense e da articulação dos elementos na história
Por Ana Lima Cecilio
A verdade inverossímil
Um grupo de ativistas políticos, intrigas, relações de poder e opressão: esses são os temas de Os demônios
Por Iuri Pereira
Dias em Roletemburgo
O jogador evoca o microcosmo da aristocracia russa e o maior vício do escritor: a roleta
Por Leandro Rodrigues
Convocação à humanidade
Um apelo à irmandade entre os homens, ao fim de dilacerantes conflitos familiares. Os irmãos Karamázov é obra-prima de Dostoiévski
Por Chico Lopes
A literatura russa no século XIX
OBRAS DA JUVENTUDE
Sonho e realidade
Uma jovem maltratada pelo amor e um solitário encontram-se sob as Noites brancas de São Petersburgo
Por Beatriz Antunes
O bêbado, a menina e os livros
Em Niétotchka Niezvânova, Dostoiévski narra o mal-estar da infância e o amadurecimento da sensibilidade de sua personagem
Por Andréa del Fuego e Rodrigo Lacerda
Premonição de Dostoiévski
Humilhados e ofendidos reúne as tragédias de um escritor frustrado, sua filha adotiva e a mulher a quem ama
Por Ricardo Lísias
O mundo dos mortos
Em Memórias da casa dos mortos, seu relato da prisão siberiana, Dostoiévski retrata a escória da sociedade russa, nela identificando uma espiritualidade profunda
Por Ronaldo Correia de Brito
A fala anti-humana
Memórias do subsolo, romance que marca a grande virada na obra de Dostoiévski, compõe um narrador existencialista que oscila entre o amor e o ódio aos semelhantes
Por Joca Reiners Terron
FORTUNA CRÍTICA
Do romantismo ao subterrâneo
Do sentimentalismo exacerbado de suas novelas e romances da juventude, Dostoiévski pouco a pouco se volta para uma observação mais realista da alma humana
Por Carlos Eduardo Ortolán Miranda
Obras da maturidade
Entre 1864 e 1868, Dostoiévski publica seus primeiros quatro grandes romances, caracterizados por paradoxos extremados e pela busca da união universal
Por Aurora Fornoni Bernardini
Os últimos romances
Nas duas obras escritas antes de sua morte, a psicologia dos heróis dostoievskianos é amplificada para uma espécie de antropologia, que se interroga sobre o destino de uma grande Rússia espiritual
Por Manuel da Costa Pinto
PASSAPORTE PARA A RÚSSIA
Bibliografia
Traduções de Dostoiévski e livros sobre sua obra